Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas... continuarei a escrever. Clarice Lispector
quinta-feira, 4 de março de 2010
Dias de Chuva
Em dias de chuva, o melhor é calar, ficar quieto, fingir que nada está para acontecer. Enquanto as águas caem lá fora e passam, o tempo aqui dentro parece estacionar e o tédio começa a me entreter.
Escrever, ler, olhar a janela, parecem coisas interessantes. Sentir o vento com cheirinho de chuva nos dar a sensação de estarmos livres, mesmo estando presos dentro de casa ou dentro de nós mesmo. Mas ele, o vento, ele sopra mais forte, fazendo com que as pétalas das flores voem para longe de mim. E os trovões, ah os trovões, com seu exuberante barulho, faz meu medo infantil voltar.
Em dias de chuva é melhor nem pensar, pois nesses dias teimamos em pensar nos amores mal-sucedidos, nos "nãos" que levamos ao longo da vida, em tudo que nos deixa deprimidos. O dia já está tão escuro lá fora, vá por mim, não precisamos escurecer mais aqui dentro.
-Mas, como fazer isso?- Você me perguntaria.- Se nosso intinto não suporta ficar sozinho no escuro?
O pior é que precisamos, necessitamos pensar em alguém, mesmo que esse alguém não saiba que você exista, mas, pelo menos não ficamos sozinhos. Ficamos com nossos sonhos, com nossos desejos, com a esperança. A esperança de que a chuva irá passar, que o dia vai clarear e que na próxima chuva não mais estaremos sozinhos, mas com aquele alguém que tanto ocupou nosso pensamento. Nosso sol(sorriso) irá aparecer, o choro(a chuva) cessará, a solidão(as nuvens) irá embora e a vida(o dia) ficará mais azul...
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